Os seres humanos são descartáveis, hoje o mundo é instantâneo, as relações se fazem e se desfazem muito rápido. Sinto-me agora um miojo que foi feito e devorado em menos de 5 minutos. É uma pena que demoro para digerir, minha digestão não passa de um processo indignado com o fluxo do universo, enquanto tudo passa eu continuo parada tentando entender porque sou uma mercadoria vencida. Porque passei do prazo de validade se ontem mesmo eu estava em todas as prateleiras das lojas populares? Quero entender quando isso ocorreu, foi com o fordismo? Com o Taylorismo? Se foram eles que fizeram isso eu só lamento porque eles não ficaram aqui para ver seu corpo se transformando em plástico barato. Queria que esses idiotas tivessem ficado aqui para ver como é bom passar em cima de uma esteira onde o primeiro que te colocou um olho não vai te ver pronto quando outro te colocar um coração. Sou uma bonequinha nua de plástico com o cabelo loiro e olhos azuis que em pé abre os olhos e deitada fecha. Me deixe deitada, não quero ver quando serei entregue na mão de uma criança no natal e no ano novo ser jogada fora com outras mil bonequinhas loiras. Permanecerei na lixeira vendo o mundo correr até que me derretam e me façam novamente, agora como um carrinho que o menino nem olhará, o ferro é melhor! Mas é descartável da mesma maneira.
Por favor, alguém me ajude a parar a esteira antes que seja tarde e o mundo se descarte em botões, alavancas e sistemas de produção.
sábado, 22 de setembro de 2007
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